terça-feira, 14 de outubro de 2014

PROJETO CANTOS E ENCANTOS DA ILHA DE SANTA CATARINA

PROJETO: CANTOS E ENCANTOS DA ILHA DE SANTA CATARINA, FLORIANÓPOLIS: CONHECER PARA PRESERVAR.
Ano: 2014 

GRUPO DE TRABALHO: MISTO IV / V. 

CARACTERIZAÇÃO DO GRUPO 

Nosso grupo está composto por vinte crianças na faixa etária entre três e quatro anos de idade. A equipe de profissionais que acompanha este grupo é: uma professora regente que fica responsável quatro dias por semana, uma professora auxiliar que fica responsável um dia por semana em sala, duas auxiliares de sala e um professor de Educação Física, que trabalha duas horas semanais- sempre nas quartas e sextas-feiras. A organização do trabalho deste ano requer o professor auxiliar e, por opção da mesma, será envolvido no projeto de sala, haja vista a necessidade de um trabalho articulado, já que a professora regente tem uma vez por semana sua hora atividade garantida por lei. 

APRESENTAÇÃO 

Com este  projeto, pretendemos possibilitar as crianças, do grupo misto IV/V, vivencias que as leve a conhecer um pouco do espaço territorial em que vivemos: nossa cidade Florianópolis- ilha de Santa Catarina. Também saber das suas origens, quem aqui chegou primeiro, o que aqui encontraram, como essas pessoas sobreviveram, quais eram seus hábitos e costumes, como era o comércio, como faziam para se divertir, quais os primeiros povoados que foram constituídos entre outros. 
Partindo do passado para chegar ao presente pretendemos mapear com as crianças os espaços ocupados pelas pessoas que hoje moram em nossa ilha, como é o comércio atual, a gastronomia local, pontos turísticos, primeiras povoações, entre outros.

JUSTIFICATIVA

Ao iniciar o ano de 2014, enquanto desenvolvíamos o projeto de inserção, fomos aos poucos inserindo as crianças num contexto de organização dos espaços, construção dos nossos combinados, identificação das letras dos seus nomes e dos colegas, realizando passeios próximos a creche, enfim criando estratégias para que o nosso cotidiano não se fosse composto sempre pelas mesmas coisas e que as crianças gostassem de vir para a creche, pois poderiam juntos descobrir brincadeiras e histórias novas para contar aos seus familiares e amigos. 

Uma das estratégias que utilizamos foi a de trazer um “presente” para o grupo. Esse presente não poderia ser comprado nem ser de comer. Pode ser um objeto trazido de um passeio, do sitio, da praia, de casa, de uma situação que se lembrou do grupo da creche e que poderia envolver os familiares.  

Esse presente é colocado na caixa surpresa e é apresentado na roda, onde cada criança toca e tenta identificá-lo. No final, a criança que trouxe o presente, tem que dizer de onde veio, o que é e quem ajudou a trazer. (Este presente é catalogado e irá para uma exposição na semana da entrega das avaliações para as famílias da creche no mês de julho).  

A partir dos objetos apresentados e da dinâmica que envolveu todo o grupo, fomos percebendo o interesse das crianças em saber do lugar de onde veio o presente, das pessoas que moram lá e de quem o trouxe pra creche. Com isso surgiu à ideia de construir um projeto de trabalho que envolvesse esta temática e levasse as crianças a conhecerem o lugar onde moram. 

Ao pensarmos nesta temática, oportunizaremos aos nossos pequenos desafios e vivencias que serão importantes para a preservação deste nosso pedaçinho de terra perdido no mar. Com isso terão a oportunidade de conhecer os cantos e encantos da ilha da magia que a todos encantam e que temos o privilegio de morar.  

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 

  Pensar um Projeto significa repensar aquilo que nos parece familiar e natural, colocando questões norteadoras direcionadas ao tipo de educação e cidadania que se quer construir e a concepção de ser humano e de sociedade que temos.


Fazer um Projeto implica tomar posições, decidir e escolher, considerando os limites e as possibilidades do real. Desta forma, os trabalhos com projetos trazem uma nova perspectiva para entendermos o processo de construção / aquisição do conhecimento pelas crianças, envolvendo-as em estratégias educacionais que possibilitam a ação democrática do professor. Estas ações partem de uma realidade configurada, mas também antecedem uma ação concreta estabelecendo condições para essa ação. Além disso, o termo projeto sugere a idéia de esboço, de incompletude a ser traduzida em realidade, permanentemente transformada no cotidiano.

     Assim sendo é preciso que o profissional tenha consciência de seu papel na sociedade, para que possa contribuir de forma significativa no desenvolvimento integral das crianças de zero a seis anos.  Isso significa trabalhar de forma a perceber a educação infantil como espaço de formação para a criança. O que demanda mudanças nas práticas de formação dos profissionais as quais irão refletir, diretamente, na organização das instituições formadoras, nas novas modalidades educativas, metodologias, definição de conteúdos e na organização curricular. Isso implica numa postura investigativa e de constante pesquisa, que ultrapasse os muros das instituições e estenda sua ação para a comunidade, compreendendo a dinâmica social em suas múltiplas dimensões. 

A criança ao interagir com o seu meio ambiente (social, cultural, natural, histórico e geográfico) de maneira independente, alerta e curiosa, estabelecendo relações e questionamentos sobre o meio ambiente, sobre os conhecimentos prévios de que dispõe sobre suas idéias originais e as novas informações que recebe, apropria-se dos mais diferentes tipos de linguagem construídos pela humanidade (oral, escrita, matemática, corporal, plástica e musical), de acordo com as suas capacidade e necessidades, utilizando-as para expressar o seu pensamento e as suas emoções, a fim de compreender e comunicar-se com as outras crianças e os adultos. 

De acordo com Lamy e Sécca  (2001, p. 54-56),  na leitura que fazem da teoria vygotskyana, a constituição do indivíduo não ocorre somente devido aos aspectos de maturação orgânica, mas principalmente, através das trocas estabelecidas entre os sujeitos.

Portanto, o desenvolvimento das funções psíquicas humanas, está vinculado ao aprendizado do sujeito que, por intermédio da linguagem, vai adquirindo o patrimônio cultural dos grupos sociais nos quais está inseridos, que são constituídos pelos valores morais e religiosos, sistemas de representação, construtos materiais, formas de pensar e se comportar, que a humanidade constrói ao longo de seu desenvolvimento histórico e cultural. 
  
Os autores enfatizam que a apropriação de conhecimentos pela criança, dar-se-á principalmente pela mediação de indivíduos. Sobretudo dos mais experientes do grupo cultural do qual ela faz parte, como por exemplo, seus pais, os professores e pares. Sendo assim, esta apropriação ocorrerá a partir da internalização, que significa a transformação dos processos externos (interpessoais) em processos internos (intrapessoais). 

OBJETIVO GERAL 
Possibilitar as crianças, do grupo misto IV/V, vivencias que as leve a conhecer um pouco da história e do espaço territorial em que vivemos: nossa cidade Florianópolis- ilha de Santa Catarina; 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS 

Identificar as origens das famílias; 
Identificar na comunidade personalidades de nossa ilha que possam vim contar causos; Identificar, conhecer e praticar as brincadeiras trazidas pelos Açorianos; 
Conhecer o folguedo do boi de mamão, sua história e construir com as crianças seus personagens; 
Levar as crianças a conhecer os cantos e encantos da ilha da magia que a todos encantam e que temos o privilégio de morar. 
Passear com as crianças nas comunidades mais antigas, como Santo Antônio de Lisboa, Barra da Lagoa, Lagoa do Peri e outros pontos que representam nossa identidade cultural que é de base Açoriana. Conhecer o máximo de lugares possíveis desta ilha da magia; 
Conhecer suas origens de quem aqui chegou primeiro, o que aqui encontraram, como essas pessoas sobreviveram, quais eram seus hábitos e costumes, como era o comércio, como faziam para se divertir, quais os primeiros povoados que foram constituídos; 
Mapear com as crianças os espaços ocupados pelas pessoas que hoje moram em nossa ilha, como é o comércio atual, etc ,Partir do passado para chegar ao presente. 
 Pesquisar e conhecer os povos que construíram nossa história, os costumes, o folclore e suas raízes, as lendas, mitos, identificando os personagens que constituem a cultura do ilhéu.  
“Mergulhar” na história da Ilha para que as crianças aprendam a preservar nossa história e o meio em que vivem. 
  Identificar os personagens que constituem a cultura do ilhéu, como o pescador e a rendeira para que as crianças conheçam o trabalho da pesca e da renda de bilros. 


ESTRATÉGIAS DA AÇÃO PEDAGÓGICA 

Realizar passeios de estudo nos pontos turísticos de Florianópolis (Ponte Hercílio Luz, Praça XV de Novembro, Museu Cruz e Souza, Mercado Público, Lagoa da Conceição, Santo Antônio de Lisboa, Ribeirão da Ilha -museu do Ribeirão- Lagoa do Peri e outros) 
Pesquisar sobre as origens das famílias e mapear essa pesquisa; 
Montar um mural na porta com o mapa de Florianópolis e identificar as comunidades nele, 
Mostrar vídeos de Florianópolis de antes e de agora;  
Pesquisar e fazer um acervo de fotos e registros do passado de Florianópolis, contrapondo com a atual para preservar nossa história,  
Pesquisar com as famílias os nomes que a nossa cidade  teve; 
Mostrar nos mapa e globo terrestre de onde partiram as pessoas para vir povoar nossas terras, (Arquipélago dos Açores que são ilhas vulcânicas que pertencem a Portugal, na Europa.) 
Dramatizar com as crianças toda a saga destes povoadores do nosso litoral e em especial nossa ilha. (quem chegou a nosso litoral, mostrar através de figuras, vídeos, slides e outros,). 
Contar as histórias das lendas e mitos da nossa ilha, conhecer os costumes, o folclore e suas raízes, as lendas, mitos; 
Convidar para que venham à creche mostrar seu trabalho, contar sua história para as crianças um pescador e uma rendeira para que as crianças conheçam o trabalho da pesca e da renda de bilros. 
Levar as crianças para conhecer a história das Fortalezas da ilha como a São José da Ponta Grossa, Ratones, museu de armas, etc. 
Conhecer como é realizada a pesca artesanal na ilha;
Conhecer os cultivos de ostras e mariscos  observar e pesquisar o que são esses animais como se alimentam e o que representam para a nossa cultura; 
Pesquisar a herança culinária de base açoriana de nossa ilha, experimentar e degustar com as crianças ostras, mariscos, pirão com peixe, o beiju, entre outras. 
Construir com as crianças os personagens do boi-de-mamão para apresentação na 22º Festa do Açor que acontecerá em nosso município no mês de agosto na semana do folclore. 
  
TEMPO PREVISTO 
Um ano 


AVALIAÇÃO 

Será feita constantemente, por meio de registros escritos, fotográficos e vídeos. Desta forma teremos elementos suficientes para realmente avaliarmos se as estratégias utilizadas estão sendo significativas e se o projeto está contribuindo para o enriquecimento cultural e ao mesmo tempo sendo prazeroso para as crianças.

RECURSOS UTILIZADOS 

Livros; Imagens de vídeos; fotos, slides, gravuras; mapa mundi; globo; mapa de Florianópolis; mapa dos Açores, entre outras. 
Aulas passeios: praias, lagoas, comunidades pesqueira, museus, praça,... Visita à feira de artesanato da ilha na alfândega, a própria comunidade do Morro de céu, onde estamos inseridos e o entorno do morro da cruz entre outros que surgirão.
Entrevistas e pesquisas com as famílias, na internet, em livros, revistas, jornais, entre outros. 
 Pessoas para conversar com as crianças sobre como é viver em Florianópolis, a rendeira, o pescador, o maricultor o contador de “causos” entre outros. 
Verba para o transporte das crianças para as aulas passeios e visitas (Nosso maior desafio, também, será arcar com as despesas dos passeios).
 Também contamos com a parceria da P.M.F.  através do projeto Mapa das Artes e
Cultura para subsidiar esses roteiros turísticos.

 BIBLIOGRAFIAS


Valle Pereira, professor Doutor Nereu, “ A vinda dos Açorianos”segundo o Porfessor do Valle Pereira

Valle Pereira, professor Doutor Nereu, A Colonização Açoriana no Brasil 1796/ 1756 - UFSC – IHGSC.

Valle Pereira, professor Doutor  Nereu, texto com alguma s datas importantes da história do município de Florianópolis.

Creche Professora Rosa Maria Pires, Projeto político Pedagógico 2014.

 Diretrizes Educacionais Pedagógicas para a Educação Infantil –  Secretaria Municipal de Educação- Florianópolis: Prelo Gráfica & Editora Ltda,

CAMPOS, Maria Malta; ROSEMBERG, Fúlvia. Critérios para um atendimento em creches que respeite os direitos fundamentais da criança. Brasília: MEC/SEF/COEDI, 19
FARIA, A. L G.; PALHARES, M .S. (Orgs.). Educação infantil pós-LDB: rumos e desafios. Campinas: Autores Associados, 1999
 GADOTTI, Moacir. TORRES, Carlos Alberto (Orgs). Educação Popular: Utopia Latino-Americana. São Paulo: Cortez, 1994.
KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 7ª edição. São Paulo: Cortez, 2003.
 KRAMER, Sônia. Com a pré-escola nas mãos: uma alternativa curricular para a educação infantil. São Paulo: Loyola, 1988

KUHLMANN Moysés Jr., Infância e educação infantil: Uma abordagem histórica. Porto Alegre: Mediação, 1998, 209 p.
MACHADO Rosângela- Adaptação curricular no processo educativo- Palestra proferida no Congresso Internacional sobre Diversidade na Saúde e na Educação - dia 11/07/2005 - Hebraica - São Paulo. Relato redigido por Bel Linares.
MONLEVADE, J.; FERREIRA, E.B. O Fundef e seus pecados capitais. Ceilândia: Idéia, 1997.
OLIVEIRA, Zilma Rams de Oliveira. Educação Infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2005.
Projeto Politico Prdagógico- Prof. Dr. Holgonsi Soares Gonçalves Siqueira- Publicação no Jornal "A Razão" em 15.08.2002
Projeto Político Pedagógico – Uma abordagem sob o ponto de vista histórico –  Secretaria Municipal de Educação. Traduzindo em ações: das diretrizes a uma Proposta curricular. Educação infantil. Florianópolis, 1996.

Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretária de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF,1998. Vol.1.

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